Nossa atuação no Brasil

Saiba o que MSF está fazendo para combater a epidemia do novo coronavírus no país.

Foto: Diogo Galvão/MSF

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil e a rápida expansão dos casos, MSF mobilizou um volume inédito de recursos humanos e materiais em nosso país e conseguiu rapidamente iniciar atividades direcionadas ao atendimento das populações mais vulneráveis: pessoas em situação de rua, migrantes e refugiados, indígenas, usuários de drogas e idosos. Essas populações, que já se encontravam em estado de grande vulnerabilidade mesmo antes da pandemia, passaram a enfrentar uma situação ainda mais grave. MSF deu suporte também a sistemas de saúde fragilizados e com dificuldade de responder à forte demanda. Desde o início da pandemia, já atuamos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Roraima, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Rondônia.

Veja a seguir um resumo de nossas principais atividades relacionadas à pandemia do novo coronavírus no Brasil:

Rondônia

Em março de 2021, passamos a apoiar o sistema de saúde de Porto Velho com suporte a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Essas instalações geralmente fazem apenas atendimento de emergência, mas com o colapso do sistema de saúde local, estão tendo de internar pacientes de COVID-19, alguns em estado grave. Além do reforço no atendimento, equipes locais recebem treinamento em controle e prevenção de infecções.

 

Foto: Andre Francois / Médecins Sans Frontières

 

Amazônia

Em dezembro de 2020, MSF reabriu dois projetos de resposta à pandemia de COVID-19 nas cidades Tefé e São Gabriel da Cachoeira, no interior do Amazonas, ao detectar elevação no número de casos no estado, após ter atuado na primeira onda dos contágios entre julho e agosto do ano anterior. No entanto, em janeiro de 2021 o sistema de saúde de Manaus entrou em colapso com o exponencial aumento de pessoas em estado grave e com a falta de oxigênio para pacientes hospitalizados, afetando cidades do interior do estado que dependem dos centros de saúde da capital para tratar casos graves.

Em apoio, MSF passou a atuar novamente em Manaus com atendimento a pacientes com COVID-19 e suporte de saúde mental aos profissionais de saúde. Além disso, ampliou a resposta à emergência nas cidades de São Gabriel da Cachoeira e Tefé, com equipes nos hospitais dos dois municípios, doação de ferramentas médicas, clínicas móveis e atividades de promoção de saúde.

Em dezembro, o hospital regional de Tefé, que atende uma população de 60 mil habitantes além de outros cinco municípios próximos, recebeu novamente apoio de MSF, que forneceu treinamentos e adaptou a estrutura para implementar medidas de prevenção e controle de infecções. Na época, MSF também doou 50 cilindros de oxigênio para o centro de saúde.

Da mesma forma, em São Gabriel da Cachoeira, a 852 km de Manaus e com uma população composta em 90% por indígenas, MSF trabalhou entre julho e o início de agosto em um centro de tratamento que ajudou a complementar a capacidade do hospital local dedicado à COVID-19. No retorno à cidade em dezembro, a prioridade foi criar capacidade de testagem no próprio município, já que as amostras precisavam ser transportadas até Manaus, retardando em vários dias a identificação de casos da doença. Com o agravamento dos casos, reiniciamos o trabalho de atendimento aos pacientes no hospital local, além de levar cuidados de saúde para a população por meio de clínicas móveis e ações de promoção de saúde.

O trabalho em Manaus, realizado nos meses de maio e junho, reforçou a estrutura de atendimento de pacientes graves e moderados de COVID-19, além de atuar com detecção de casos e promoção de saúde em abrigos para a população em situação de rua, migrantes e indígenas. No final do mês de maio, iniciamos a implantação de 12 leitos de UTI e 36 leitos para casos moderados no hospital 28 de Agosto. A equipe de MSF incluiu pessoal especializado em UTI, alguns com experiência prévia no tratamento de COVID-19 em outros países, e implantou novos protocolos para o tratamento não invasivo com oxigênio. Com isso, conseguiu oferecer um ambiente mais seguro para um melhor atendimento clínico.

MSF atuou em seis abrigos para refugiados e pessoas sem moradia na cidade, com sessões de promoção de saúde e vigilância médica para identificar pessoas com suspeita de COVID-19. Em parceria com a prefeitura de Manaus, MSF trabalhou no centro de isolamento e observação para indígenas da etnia warao com casos leves de COVID-19. Como grande parte dessa população, que veio da Venezuela para o Brasil, vive em abrigos da cidade, ela é especialmente vulnerável à doença pela dificuldade de manter medidas adequadas de higiene e de distanciamento social.

Em janeiro de 2021, com o colapso do sistema de saúde da capital, reiniciamos as atividades na cidade com atendimento de saúde mental para profissionais de saúde no hospital 28 de Agosto e com equipes médicas especializadas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) José Rodrigues.

Mato Grosso do Sul

MSF atuou em 11 comunidades indígenas da região de Aquidauana entre o final de agosto e meados de outubro. O trabalho foi feito em conjunto com as secretarias de saúde do Estado e do município, além dos organismos responsáveis pela saúde indígena. A principal estratégia para realizar a detecção de casos da doença e disseminar ações de prevenção foi a realização de visitas com equipes móveis, percorrendo aldeias da região que têm tido dificuldades de acesso à saúde em meio a altos índices de contágio pelo novo coronavírus. MSF também apoiou com profissionais, treinamentos e fornecimento de equipamentos de proteção o hospital municipal de Aquidauana.

Em Corumbá, uma equipe de MSF atuou entre setembro e outubro na prevenção, detecção e tratamento da COVID-19 entre servidores e detentos no presídio masculino da cidade sul-matogrossense. A solicitação foi feita pela Secretaria de Saúde do Estado, já que nos locais praticamente não havia acesso a cuidados médicos, com índices de contaminação elevados. Também foram realizados treinamentos para prevenção e controle de infecções na penitenciária feminina da cidade.

Roraima

Nos últimos anos, Roraima recebeu uma grande quantidade de migrantes. No final de 2018, MSF iniciou as atividades de seu projeto na capital Boa Vista, com o objetivo de apoiar o já fragilizado sistema de saúde local. Com a pandemia, MSF manteve seu projeto e adaptou parte das ações para o combate à COVID-19.

Entre junho e o início de setembro de 2020 colaboramos com o atendimento dos pacientes no hospital de campanha erguido especialmente para os pacientes com COVID-19 em Roraima. MSF apoiou as atividades desta unidade com atendimentos médicos dos pacientes e assistência em saúde mental. Entre junho e o começo de agosto do mesmo ano, realizamos treinamento em cuidados intensivos e supervisão das atividades da UTI, e o trabalho foi importante para viabilizar o funcionamento efetivo das instalações médicas.

Também temos realizado triagem de pacientes em locais frequentados pelos migrantes, como abrigos informais. Adicionalmente, foram realizadas melhorias nas condições sanitárias e acesso à água para essa população, com promoção de saúde e distribuição de kits de higiene.

Na cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela a 214 km de Boa Vista, MSF realizou treinamento com equipes do hospital local para prevenção, controle de infecções e promoção de saúde. MSF também ofereceu apoio em saúde mental para profissionais de saúde da cidade. O objetivo de MSF é permitir que as equipes que trabalham na resposta à COVID-19 em cada localidade estejam mais bem preparadas para enfrentar a doença.

São Paulo

Atuamos na assistência médica a moradores de regiões da periferia e de favelas do município. Foram realizadas consultas médicas para detecção de casos suspeitos de COVID-19 e triagem com encaminhamento dos doentes em estado moderado para centros de isolamento e daqueles em estado grave para hospitais. O trabalho também incluiu orientações sanitárias e de distanciamento social àqueles com sintomas, para tentar evitar a disseminação do novo coronavírus.

Até o início de outubro, trabalhamos na assistência a casos graves, contribuindo com oito leitos da UTI do Hospital Tide Setúbal, na zona leste da capital. Na mesma região, atuamos em comunidades com triagem de casos suspeitos e educação em saúde.

Depois de obter resultados positivos com a melhora dos índices de recuperação de pacientes na UTI, a gestão dos leitos foi transferida ao próprio hospital. Mas passamos a trabalhar na mesma unidade, em novembro, com a prestação de cuidados paliativos. Os cuidados foram oferecidos de forma complementar para alívio de sintomas a pacientes em estado grave que não apresentavam boa resposta ao tratamento.

Anteriormente, MSF realizou atendimento médico de casos moderados da doença em centros de tratamento construídos pela prefeitura, com um total de 140 leitos, especialmente para acolher pessoas em situação de rua. Trabalhamos também com jovens em centros de detenção para adolescentes e estivemos presentes no atendimento a pessoas que fazem uso de drogas na área conhecida como Cracolândia, levando informações sobre prevenção e contágio da doença e detectando casos suspeitos. Logo no início da pandemia, estivemos na região central da cidade fazendo triagem e ações de educação em saúde para pessoas em situação de rua.

Foto: MSF

Rio de Janeiro

Nossas equipes realizaram ações de promoção de saúde e triagem em locais frequentados pela população em situação de rua e em restaurantes populares.

Também foram efetuados treinamentos de controle e prevenção de infecções para profissionais de saúde. MSF continua monitorando os dados epidemiológicos e a evolução da pandemia na cidade.

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Notícias

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